1. A escolha de um filhote é talvez o momento mais importante, pois a partir dali será formado um vínculo de amizade com seu esperado Bulldog. Procure Canis associados a ABRABULL e tente conter a ansiedade se em determinado momento não tiver disponível o filhote que você deseja. É fundamental que ele seja adquirido em um Canil sério e comprometido com a Raça. É muito comum vermos em redes sociais ou sites, pessoas sem o menor conhecimento sobre o Bulldog vendendo filhotes, que são frutos de cruzamentos envolvendo cães fora do padrão da Raça. Fuja destas ciladas!
2. Um Bulldog fruto de cães fora do padrão da Raça, pode apresentar problemas de:
a) temperamento (muito tímido ou muito agitado, e até agressivo),
b) saúde (problemas de toda sorte que irão representar seguidas idas ao veterinário e sofrimento para o animal doente, talvez por toda sua vida),
c) falta de tipicidade (filhotes que eram bonitinhos até os 3 meses de idade crescem e viram cães atípicos que nada se parecem com um Bulldog de verdade (tornando-se pernaltas, prognatas em excesso, orelhas em tulipa, etc.).
Fuja de criadores que não selecionam seus cães e que fazem cruzamentos sem um mínimo de investimento em estrutura do canil e no plantel de reprodutores. Um anúncio na internet que só mostra “lindos filhotinhos com lacinhos e dentro de uma cestinha” podem cativar o futuro proprietário, mas escondem muitas vezes Canis que não tem preocupação com a qualidade de seus cães. São engodos que servem para atrair o cliente que age por impulso.
Filhotes serão sempre bonitinhos, tanto no Canil sério quanto no criador de fundo de quintal. Cabe ao futuro proprietário, pesquisar sobre a seriedade e idoneidade do Canil e sobre o padrão da raça. É comum as pessoas se preocuparem só com o preço do filhote. Este é um grande erro, pois no Bulldog o barato sai caro. Se você não dispõe de uma quantia pedida pelos melhores Canis, aguarde ou negocie um parcelamento. Bulldog será sempre um cão caro. No Bulldog não existe “bom, bonito e barato”. Se o futuro proprietário não tem condições de pagar o preço de um bom exemplar, muito provavelmente não terá condições de manter um Bulldog. A raça exige ração de primeira (as chamadas linhas Super-Premium) e um Bulldog bem cuidado custa sim um bom montante mensal. Se sua preocupação básica é o valor de um filhote e o custo mensal que terá com ele, o ideal talvez seja aguardar outro momento ou escolher outra raça.
3. Cor e sexo de um filhote são questões de gosto pessoal na hora de escolher um Bulldog. Não há o cão ideal e sim uma empatia entre você e seu futuro Bulldog. Sugerimos que não feche as portas para nenhuma opção, pois mais importante que a cor e sexo de seu Bulldog, sem sombra de dúvidas, é a origem dele. Um exemplo: muitas pessoas, por desconhecimento, não querem Bulldogs tigrados, mas esta é a marcação da maioria dos cães campeões nos Estados Unidos e na Europa e talvez a preferida pelos criadores. Ou seja, tente guiar sua escolha pela qualidade do filhote e deixe sexo e cor em segundo plano.
Idade também não deve ser um fator preponderante. Filhotes começam a ser vendidos e entregues aos novos proprietários a partir de 2 meses de idade, mas isso não quer dizer que um filhote de 4 ou 6 meses não será um bom companheiro. Mais uma vez, a dica é comprar um filhote de um Canil sério e que selecione a raça. Mais vale um Bulldog um pouco mais velho, de origem conhecida, do que um filhote gorducho de 50 dias, de um Canil “nebuloso” em termos de confiabilidade. O filhote que hoje tem 50 dias e parece muito fofo e saudável, daqui há pouco tempo terá 6 meses e aí será tarde demais para arrependimentos.
Visite os criadores que lhe passaram maior confiança e veja a ninhada e os pais, ao vivo, para fazer uma melhor escolha sobre o filhote. Se você pensa em comprar um Bulldog para “lá na frente” quando for adulto, poder cruzá-lo e ter filhotinhos, seja para ganhar dinheiro ou para “ter netinhos”, esqueça. Criar Bulldogs é uma coisa muito séria e que exige muito tempo, conhecimento, trabalho, dinheiro e dedicação. Não é uma tarefa para leigos. Por isso um bom Bulldog sempre custará caro, em relação a maioria das raças. Bulldog nunca será um investimento. Se você quer ganhar dinheiro, aplique o dinheiro ou jogue na loteria.
Digamos, que agora você já pesquisou bastante pela qualidade e não pelo preço, sexo, cor ou idade e adquiriu seu primeiro Bulldog de forma consciente: Parabéns! Você fez tudo certo e tem tudo para ter um grande amigo ao seu lado, para desfrutar muitos momentos de alegria.
Veja as dicas relacionadas ao dia-a-dia de quem tem um Bulldog:
4. Bulldog e calor forte não combinam. Por ser uma raça braquicefálica, ou seja, de focinho curto, passeios só pela manhã bem cedo ou no fim da tarde e a noite. O cuidado com o calor é certamente o cuidado principal que devemos ter com o Bulldog.
5. Sempre deixe seu Bulldog com água fresca a disposição e em local arejado, com opção de sombra. Em apartamentos, observe se onde ele fica (varanda por exemplo) não vai bater o “sol da tarde”, que pode ser fatal. Bulldogs não são cães frágeis, mas se tem uma coisa que eles não suportam é calor forte!
6. Em cidades mais quentes ou no verão, ventilador e ar-condicionado são itens essenciais, caso seu apartamento ou casa, não seja bem arejados ou não bata nenhum ventinho é fundamental ter no mínimo um ventilador ligado refrescando o ambiente onde está seu Bulldog.
7. Passeios devem ser curtos e sempre fique atento a respiração do seu Bulldog. Como um ser humano, o Bulldog até pode ir se condicionando (ganhando resistência) para caminhar maiores distâncias, mas mesmo o Bulldog mais atlético do mundo, sempre deverá ser monitorado. Se a respiração ficar muito forte (muito ofegante) pare imediatamente e se possível refresque-o com água para beber e/ou molhar seu corpo. Se estiver muito calor, sempre todo cuidado é pouco e o passeio deve ser bem curto, só o suficiente para ele fazer xixi e cocô. Horários a partir de 11h da manhã são totalmente contra-indicados.
8. Se o Bulldog ficar muito ofegante, pode ser uma boa ideia parar e esperar ele recuperar-se completamente ou então retornar imediatamente para casa carregando-o no seu colo. Sim, o Bulldog é pesado, mas a vida dele pode estar literalmente em suas mãos. Passeio de Bulldog deve girar em torno de 10 a 20 minutinhos (dependendo da idade, estado físico do animal e principalmente, da temperatura do dia). Fatores como stress e muito movimento de pessoas e carros, pode contribuir com o stress do Bulldog, só piorando as coisas.
9. Se o seu Bulldog vai passear de carro, acostume-o desde filhote. E claro, com ar-condiconado ligado sempre. Esta dica de acostumar-se desde cedo, vale para quase tudo que um Bulldog poderá vivenciar de “diferente” ao longo da vida, não só andar de carro. Andar de elevador, entrar numa caixa de transporte, subir e descer escadas, ser saudado por pessoas estranhas, etc. Todas estas experiências devem ser realizadas com certa frequência, desde filhote até a idade adulta, assim aumentamos as chances de criar um Bulldog bem socializado, sem medos, sem traumas e acostumado com as mais diversas situações do dia-a-dia. O contato com pessoas e outros cães também é algo muito saudável para seu Bulldog. Cães muito solitários e com pouco contato com humanos, pode se tornar muito tímidos, ou pior, agressivos.
10. Bulldogs por natureza são extremamente dóceis e brincalhões, mas alguns filhotes que chamamos de “alfa” (temperamento mais dominante) devem ser educados com firmeza desde cedo. Aliás todo filhote, de qualquer raça, deve saber que “não” significa “não”. Seja firme ao ensinar seu filhote. Assim como na educação de crianças, quem ama dá limites. Um filhote que só é paparicado e que não sabe seus limites, pode se tornar (igual a uma criança humana) um tirano. E se for um Bulldog alfa, pode se achar o dono do pedaço quando for jovem ou adulto. Bulldogs, como já dissemos são muito dóceis e brincalhões, e um pouco teimosos, mas já imaginaram um cão adulto, muito forte, de 25kg que seja desobediente? Ensine desde o começo que você é quem manda. Não precisa usar força, e muito menos bater! Mas seja firme na educação do seu Bulldog e mostre desde o primeiro dia que você é “o líder da matilha/família”.
11. Desde filhote até a idade adulta, a vasilha de ração só deve ficar disponível por certo tempo. Uns 15 minutos, mais ou menos. Se o cão não comer tudo, retire a vasilha, para que ele se acostume com horários. Isso também faz parte da educação dele. Se a vasilha permanecer lá o dia todo, além de facilitar o aparecimento de formigas, seu Bulldog “criará” seus próprios horários, e como vimos no item anterior, sua função primordial como dono, é educá-lo e ensinar as regras da casa. Você manda e ele obedece. Não o contrário.
12. Todo Bulldog adora carinho, mas sua relação com ele não deve se resumir exclusivamente a isso. Para que o filhote ou adulto o respeite como “líder da matilha”, mostre sempre que sua “função” não é apenas dar carinho. Bulldogs vão curtir brincadeiras com bolinhas, passeios ou simplesmente assistir TV ao seu lado, tanto quanto um afago neles. Dose cada uma destas atividades, para que ele não veja os moradores da casa, como única e exclusivamente “fornecedores de carinho”. Como na educação de uma criança, a chave é diversificar e há hora pra tudo. Como já falamos antes, qualquer raça de cão que seja muito mimado, e criado sem regras, pode tornar-se um tirano, quando jovem e adulto. Aí será muito mais difícil corrigi-lo. Todo cão adora um líder, então seja o líder dele antes que ele ache que o dono é um “banana” e que ele é que deve assumir a posição de “reizinho do lar”.
13. Num simples passeio pela rua, você já demonstra seu comando sobre seu Bulldog. Lembre-se que você é que está segurando a ponta da guia. Você vai determinar quando parar e andar e onde ele pode fazer xixi (por exemplo, você permite ele fazer xixi em alguns postes, mas não em todo poste ou hidrante que ele passar).
Observamos muitas pessoas que são literalmente puxadas pelos seus cães, num passeio na rua. Isso é errado! Você está no comando. Uma guia do tipo “enforcador” normalmente é a mais indicada para controlar bem um Bulldog. Nove entre dez criadores usam este tipo de guia. Já as colerias com peitorais ou daquelas que esticam, dificultam seu controle sobre o animal, ainda mais se considerarmos a força de um Bulldog adulto. Com o enforcador, o passeio será muito mais tranquilo e sem representar qualquer dor ao cão. Se ele puxar muito, sentirá uma leve pressão e vai parar imediatamente de puxar. Aquelas coleiras de couro, cheias de pinos, podem ser bonitas e parecem com as de desenho animado, mas tem pouco efeito prático. Lembre-se que se o cão for educado e submisso ao dono, até um fio de barbante serviria como guia. Não adiante medir forças com um Bulldog, ele tem que obedecer ao dono e outros membros da casa, porquê assim foi educado. Os Bulldogs que participam de exposições obedecem a seus donos e condutores (chamados de “handlers”) e as guias usadas nestes eventos são bem finas, ou seja, mais uma vez, não é preciso coleiras e guias reforçadas, desde que você seja o condutor do passeio e não o cão.
14. Oitenta por cento dos Bulldogs, hoje em dia, vivem em apartamentos, por tanto muita atenção ao piso liso (porcelanatos, cerâmicas, etc). São pisos bons para limpeza mas péssimos para os aprumos de seu Bulldog. Especialmente nos primeiros meses de vida, quando a estrutura óssea do Bulldog está em formação e o crescimento do Bulldog é muito rápido! Poucas raças ganham tanto peso e crescem tanto quanto o Bulldog até um ano de idade. O ideal é manter seu filhote num peso controlado, nem muito magro (claro) e nem muito gordo. Sobrepeso no Bulldog e um piso liso são inimigos das articulações dele e podem causar um cão adulto com problemas ortopédicos. Se possível o Bulldog deve passar a maior parte do dia em pisos não escorregadios.
15. Varandas normalmente possuem pisos mais ásperos e por isso são boas opções para seu Bulldog passarem a maior parte do tempo. Esta é uma raça que não exige grandes espaços, desde que tenha seus 2 ou 3 passeios, na rua, por dia. As vezes o proprietário pensa que deixar o seu cão na varanda é uma tortura ou “confinamento” mas se esta varanda tiver um tamanho razoável, e piso mais áspero que do interior do apartamento, pode ser uma boa para a saúde dele. Bulldogs são talvez os cães que mais tempo dormem durante o dia, então esta pode ser uma boa opção, lembrando-se claro do que já falamos sobre água fresca/sombra/locais arejados X calor/stress/sol da tarde.
16. Áreas de serviço e cozinhas, também são boas opções para quem quer proteger móveis e tapetes do apartamento. Filhotes em todas as raças passam por fases destrutivas. Você pode até dar sorte de ter um Bulldog que pouco morda as coisas ou até não morda nada, mas via de regra isso deverá acontecer, especialmente quando ele passar pela troca de dentes (até cerca de 5 meses). E claro, um cãozinho não sabe a diferença entre um móvel barato e um caro e antigo que está há anos na família. Na dúvida fique de olho e só deixe ele perto destes móveis e tapetes caros, quando tiver alguém por perto, supervisionando, até mesmo para ensiná-lo (como já falamos antes) com um firme: NÃO!
17. Hoje em dia a maioria das pessoas trabalha fora então é claro que seu Bulldog precisará de brinquedos e distrações para as horas que passará longe de você. Se tiver alguém na casa ou apartamento, uma empregada por exemplo, já será melhor do que ninguém. Muitos nos perguntam se um Bulldog pode ficar horas sem a presença dos donos. A resposta é sim, eles podem e acabam se acostumando, mas sempre será melhor que tenha uma pessoa por perto ou então que o tempo que fique sozinho não seja muito longo, até mesmo para que seja limpo algum xixi ou cocô, evitando que o ambiente fique sujo por muito tempo. Bulldogs não são cães que latem muito, e esta característica o tornam muito bem vindos em prédios e condomínios, mas não é porquê eles quase não latem, que não gostariam de ter alguém por perto. Agora, se você viaja muito ou passa o dia todo fora, o Bulldog talvez não seja a raça ideal para você. O Bulldog é uma raça de companhia, e claro, gosta da presença de seres humanos.
18. Além de ser silencioso, outro fator que faz do Bulldog um cão excelente para apartamentos é o fato de serem cães limpos. Se sua opção for ter o Bulldog que fique a maior parte do tempo numa varanda (como já discutimos antes) ele evitará ao máximo fazer xixi e cocô no local onde fica e se alimenta. Mas para que estes acidentes não ocorram, é óbvio que deve se criar uma rotina de passeios, no mínimo de manhã e a noite (o ideal seria um terceiro passeio, no meio da tarde). E Bulldogs adoram rotinas e horários. Em geral após comer, seu cão provavelmente vai querer “ir ao banheiro”, por isso pode se criar uma rotina de passeios e a tendência é que seu Bulldog só vá fazer xixi e cocô na rua. Como já falamos antes, nos dias atuais (em que todos andamos com pressa e com pouco tempo para executar tantas tarefas diárias), outra grande vantagem do Bulldog é que os passeios são curtos e eles mesmos vão te olhar, em determinado momento, com aquela carinha de “vamos voltar pra casa?”.
19. O criador sério será o primeiro a solicitar que mantenha sempre contato e dando notícias do seu filhote, até o resto da vida dele. Se surgirem dúvidas (e elas vão surgir) sempre entre em contato com o criador, antes mesmo de ir ao veterinário, a menos que seja uma emergência em que a vida de seu Bulldog esteja em risco. A experiência de um criador pode ajudar a solucionar rapidamente problemas que você considerava dificílimos de resolver.
20. Uma forma rápida de comunicação entre o proprietário e o criador é por e-mail e mandar alguma foto atual do seu filhote, pode ajudar o criador a orientá-lo se o crescimento de seu cão está dentro da normalidade. Tarefa esta que nem sempre os veterinários estão acostumados, por se tratar uma raça ainda não muito popular no Brasil. Há muitos profissionais excelentes, mas infelizmente há também muitos sem experiência com a raça. Veja se o criador de onde você comprou seu Bulldog, pode lhe orientar quando precisar de uma ajuda mais específica, como a indicação de um veterinário especializado em: ortopedia, dermatologia ou oftalmologista.
Considerações finais:
Ter um Bulldog é uma experiência fascinante e que compensa todo trabalho descrito nestes 20 itens, mas é preciso amar muito esta raça e ter certeza que é a raça que você quer. Se você tem outras dúvidas que não foram abordadas aqui (e com certeza existirão) não hesite em conversar com os criadores associados a ABRABULL. Eles terão prazer em falar sobre a raça e suas peculiaridades, ajudando-o a esclarecer mais detalhes sobre o Bulldog. Somos apaixonados pelo Bulldog, e sempre é uma grande satisfação sabermos que um novo Bulldoguinho está indo para um novo lar, onde será amado, muito bem educado e cuidado. Informe-se sempre, e procure ajuda de pessoas realmente credenciadas a falar sobre esta raça. Esta é a melhor maneira de mostrar seu amor ao Bulldog.